segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Where have you been? - capitulo 5



Conseguia perceber perfeitamente que ela não estava bem. Enquanto levavamos as poucas malas que tinha para dentro de casa a curiosidade tomava conta de mim. Ela nunca me tinha contado o que tinha acontecido, nem depois de nos ter-mos tornado melhores amigas. O mais provavel era que se aquilo a magoava assim tanto ela nunca me iria contar e o melhor seria levá-la amanhã embora. Já tinha conhecido a minha irmã, e embora não tenho passado o tempo que queria com ela e ainda fosse muito cedo para voltar para casa, era o melhor para ela. Eu amava-a demais para a magoar por minha causa.
Escolhi o quarto para passar a noite e adormeci mesmo com a roupa vestida.

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-Acorda!!!!! - gritou alguém ao meu ouvido fazendo com que eu me virasse para o lado contrário. - Deixa de ser preguiçosa, Bri!!! Temos muito que fazer hoje!!! - aquela rapariga não podia estar boa da cabeça.
-Cala-te Sophie e deixa-me dormir!!! - disse entre bocejos.
No minuto seguinte só senti o chão debaixo de mim. Nem quis saber, estava tão cansada que até podia continuar a dormir com Hard Metal a tocar aos altos berros.
 Sentia-a a tentar empurrar-me e nem me dei ao trabalho de abrir os olhos, mesmo se eu quisesse eles não abririam.
No momento seguinte algo gelado estava a cair em cima do corpo. É que ela não tinha mais nada para fazer senão abrir o choveiro em cima de mim.
-Tu estás doida?! - gritei-lhe - Fecha essa porcaria!! - levantei-me do chão e voltei para o quarto.
-Veste-te- disse ela - Vamos para praia.
-Tens a certeza? - perguntei-lhe lembrando-me do quanto a magoava estar aqui. Ela apenas acenou com a cabeça.
-Despacha-te.
Vesti o meu biquini e apenas uns calções jardineira por cima. Pus tudo o que precisava na minha mala e desci.
Ela já estava na cozinha a tomar o pequeno almoço e mal me sentei ela levantou-se e atirou-me um iogurte.
-Vamos.
-Nem sequer tenho tempo para tomar o pequeno-almoço? - disse eu indo atrás dela.
-Levantasses-te mais cedo. Quero aproveitar o dia.  - atirou-me o chave do carro e sentou-se no lado do passageiro.
-O que é que se passa? - perguntei-lhe quando comecei a conduzir.
-Nada. Porque é que se havia de passar alguma coisa?! - perguntou olhando pela janela.
- Eu conheço-te, Sophie. E tu não és deste tipo de acordar de cedo. - disse enquanto parava num semáforo.
-Hoje apeteceu-me, não pode? - disse abanando a perna. Eu precisava de saber o que se passava.
Vi uma saida que dava para uma espécie de mato e virei o carro derepente para lá.
-O que é que estás a fazer? - perguntou enquanto  eu parava o carro. - A praia fica para o outro lado.
-Eu sei que fica. - respondi tirando o cinto - Ou tu me dizes imediatamente o que se passa ou voltamos para casa. E não é para aquela casa. - ela nada disse, apenas se enterrou mais no banco. -Sophie Caroline White!!!
-Não me chames isso! - disse ela amuada. - Eu apenas não consegui dormir.
-Porquê?
-Por causa do que te disse ontem. - disse ela baixinho.
-Tu não me disses-te nada. Eu gostava de saber o que é para te poder ajudar. - disse pousando-lhe a mão no braço.
-Tu não me podes ajudar. Ninguém pode. Eu apenas tenho que superar isto. Ás vezes coisas más acontecem e não há nada que possamos fazer. - senti o som das lágrimas na sua voz, nunca na vida a tinha visto chorar. Tirou um cigarro da mala e abriu o vidro.
-Podes sempre desabafar. Ás vezes funciona. - ela olhou para mim e vi uma pequena lágrima no canto no olho.
- Como já sabes eu costumava vir para aqui quando era pequena de férias. O meu irmão ficou amigo de um grupo de rapazes aqui e eu ás vezes saia com eles. Claro que também iam mais raparigas. E pronto, havia lá um rapaz para o qual eu nunca conseguia parar de olhar - disse ela com um meio sorriso - Ele era perfeito. Lindo, tinha bom sentido de humor e tratava-me bem. Um dia começamos a sair. Não era bem namorar, andavamos a dar uns beijos, mas havia um sentido de confiança entre nós os dois. No meu último dia aqui combinamos ir todos até um bar que ficava á beirava. Quando entrei lá não o vi á beira dos outros e eles disseram-me que ele tinha ido buscar bebidas. Fui á procura dele e quando o encontrei ele estava a beijar outra rapariga. Quis logo vir-me embora, nem sequer esperei para ver mais nada. Ele ligou-me a perguntar onde estava que tinha uma coisa para me dar e eu disse-lhe que o tinha visto aos beijos com a outra. Nunca tinha sido tão dificil para mim falar como naquelo momento, eu quase nem conseguia respirar. Ele tentou-se explicar, mas eu não deixei e desliguei-lhe o telemovel na cara. Foi até minha casa e eu nem sequer lhe abri a porta. No outro dia o meu irmão disse-me o que ele lhe tinha pedido. Ela andava atrás dele há imenso tempo e ele nunca lhe tinha dado bola e naquela noite ela beijou-o como já tinha feito muitas outras noites, mesmo depois de ele a ter sempre afastado. - respirou fundo e continuou - Nunca soube no que havia de acreditar. Mas o mais provavel era que ele estivesse a mentir.
-Já pensas-te a perguntar a algum amigo dele se ela andava mesmo atrás dele e ele não queria nada?
-Não.
-Mas devias. - disse eu pondo de novo o meu cinto. - Estás melhor?
-Sim. - respondeu a sorrir. - Vamos para a praia!
Liguei de novo o carro e pus-me na estrada certa.



2 comentários:

  1. Gostei muito linda.
    Posta outro rápidinho. xD
    Beijinhos

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  2. Olaa!
    Somos a R*M e a Shoninha do blog "ao ritmo das palavras" e "stop everytinhg" e temos um espacinho que gostavamos que visitases e de gostares seguir: http://amareograndesegredo.blogspot.pt/
    Bjs
    *já seguimos*

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